20.8.06

descabida e toda. vai, agora.
ela Tereza nem me aparece, carne e osso, e me leva. e não leva. e esquece. e a vejo. um cabelo assim curto-longo. simultaneamente, irônica e amarga.
e toda.
estar nela com ela por ela e dela, qualquer coisa assim sem ela. só dela. sem ela. nunca dela.
nossa véspera pode arranhar a data.
vou te dizer, Tereza, algo se passa naquele lugar.
digo, por um modulado sentimento.

aceitas tudo, afinal?

se os ventos do meu tempo por cabimento em nosso momento.
se os cantos do meu som nos teus braços e dentes.
se as luzes do meu ser por entre as aves de quando o dia nascer. das janelas de madeira e todas as noites de lua. dos porres. das escolhas.
tudo fica mais claro, e descobri porque sou apenas sono. profanas borboletas naquele jardim de cajueiros, borboletas vindas dos paroxismos espremidos.

não entenda. nunca te pedi isso.
aliás, já te pedi alguma coisa? melancolia barata!
ampla e garganta. garganta tua.


eu, curiosa e oscilante. tu, mistério.
eu, mistério. tu, oscilante.
eu, sozinha. como tarde. e toda.